sábado, 27 de junho de 2015

Síndrome de Underground!

Agora é um puro papo de boteco, sem pesquisas ou algum pensamento mais elaborado por trás, só vontade de trocar ideia sobre a síndrome.




Ainda gosto de observar os comportamento dos amigos e dos colegas, os que sobraram na lista é claro, e nessas observações reparo coisas legais. A mais interessante dos últimos dias tem sido a síndrome do underground. Sabe aquela galera que fala "eu curtia essa banda antes de ser modinha"? E falam isso esperando algum tipo de troféu sei lá. A questão é: se deixar o cara nem bebe água porque tá todo mundo bebendo.

Olhem o Justin Bieber, o cara fez sucesso com  um vídeo caseiro praticamente criança, e a vida dele mudou de uma hora pra outra, daí os mesmos  que compartilhavam aquele vídeo caseiro dizendo "olha esse garoto, que talento, vai fazer sucesso um dia" tempo depois estavam xingando o cara porque ele fez sucesso, gravou música para adolescentes, com letras condizentes com a idade de seu público. Seguidores de Felipe Neto, o rei dos undergrounds dessa geração. Tá certo que ele vem fazendo um monte de burrice agora, Bieber não sabe onde enfiar dinheiro e vai acabar comprando um país pra ele só pra não ser preso mais. Mas mesmo antes de surtar ele já era odiado, porque? Inveja? Odiadores de mainstream? Não sei ao certo mas o fenômeno existe.




Outro caso legal, é dia de final de campeonato nas redes sociais, metade ama e a outra metade ama odiar o fato de alguém amar, hehe, melhor definição. O mesmo acontece com opiniões sobre o programa Big Brother, odiadores fazem mais propaganda do que quem gosta, mas assistiu alguma vez na vida alguma edição, na época que ninguém entendia direito o que era aquilo, ops, na época que era underground.

Alguém morre, as pessoas ficam tristes, aí tem alguém pra te lembrar que é errado chorar pelo fulano já que o ciclano era mais importante na visão dele. Ou seja, é proibido ficar triste pelo motivo da moda. E o mais legal, o cara tem que dizer isso, não consegue ficar calado, ele tem que falar que você é burro porque é maioria. Pra justificar vem as citações de boteco "toda unanimidade é burra" e outras mais. Como se citar fosse argumentar, parece uma grande igreja em que os fiéis brigam com versículos descontextualizados.

O último momento observado foi a questão da liberação do casamento homo-afetivo nos EUA. É simples entender porque isso foi importante pra car#$@o. O país que é a maior referência cultural saiu da idade média, isso vai ter efeito em cadeia, claro que vai. O assunto volta a tona onde estava esquecido e a vida de muita gente vai melhorar. Mas o underground vai dizer algo do tipo "tem tanta gente passando fome na África" eu adoro essa citação da África, a maioria nem sabe onde fica e alguns juram que a Jamaica fica lá. Como se ele parasse a vida dele pela África, como se justificasse todos os problemas serem abandonados porque achamos outro que o underground julgou prioridade. Outra típica foi "no Brasil o gay se casa desde 2013 e ninguém fez festa, agora estão babando ovo pros EUA", na verdade já em 2011 havia a união estável e teve festa demais só que o Facebook (me refiro a empresa aqui, não aos usuários) não ligou muito. 

Foi tão importante essa data de 2011 que eu me lembro exatamente onde eu estava o que pensei e com quem conversei a respeito, assim como todo mundo se lembra onde estava no 11 de setembro. Lembro que na época, ainda cristão, gostei da notícia, e me senti livre de alguns dogmas ao me expressar sobre isso. Paguei o preço, outros cristãos me questionaram mas eu já estava trilhando meu próprio caminho quanto a fé que já não mais me servia. 

Lembro que muitos questionaram que o STF, no Brasil, estava dando uma carteirada e não estava sendo constitucional. Mas cara, na boa, eu lembro de ler demais naquele momento sobre o assunto e concordo que não era a coisa mais 'legal' a se fazer,  mas ante um congresso covarde que até hoje não teve coragem de votar e regulamentar isso, o que a comunidade LGBT deve fazer? Jogar no lixo a conquista? Tem mais é que celebrar e fizeram isso. O underground nem se lembra da festa, nem do dia só quer ser diferentão.

Outra coisa que vi foi a perseguição a quem critica ou criticou um dia o imperialismo dos EUA, já que essas não devem celebrar avanços do Tio Sam. A pessoa é burra ou quase, pois se seres humanos daquele país conquistaram algo por que eu não posso celebrar? A galera não entende que direitos humanos são para humanos e não para o grupo que eu goste ou algo assim. 

E pra terminar, trocar a foto do perfil por uma colorida  foi quase um crime, lembro da galera que se divertiu com uma pegadinha da girafa uns tempos atrás, e chegou o diferentão pra criticar. Cometi quase um homicídio pela reação dos críticos ao deixar o Seiya colorido. 



Então todo mundo é obrigado a seguir o efeito manada? Jamais, somos livres, critique o que quiser, sem contradições e contraposições não há evolução. O que eu fiz foi só parar para analisar se tudo que eu falo tem realmente sentido ou se de vez em quando me escapa um momento "mamãe sou underground". Essa reflexão que fez diminuir drasticamente minhas interações em debates tanto ao vivo quanto virtualmente, ainda sou um grande chato, tô sabendo, mas tenho mudado minha forma de ver as coisas.

Segue a melhor opinião que li ontem, a fina ironia da UDR.